sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Canoagem e o equilíbrio corporal dos atletas

        A origem da canoagem de acordo com Cuattrin (2002) é muita antiga, sendo encontrado relatos de uma das primeiras embarcações por volta de 400 a.C. Apesar de ser um esporte antigo, foram os índios norte-americanos que obtiveram maior proveito da canoagem, pois eles perceberam que com as canoas, facilitava a caça, a pesca, o deslocamento e transporte de utensílios e etc (LEMOS; et al, 2007). Porém somente em 1936, em Berlin, a canoagem se torna um esporte olímpico (NAKAMURA; et al, 2004).
        Nessa modalidade, o equilíbrio corporal é uma importante capacidade física para a estabilidade da embarcação. De acordo com Duarte (2000) o corpo humano nunca está submetido a condição de equilíbrio perfeita, oscilando constantemente, mesmo quando permanece em pé, sendo então, essa variável chamada de equilíbrio quase estático. Segundo Böhme (2003) o equilíbrio corporal é fundamental para as atividades diárias, mas principalmente para os esportes, sendo um dos componentes da aptidão física relacionado a saúde.
        Na canoagem o equilíbrio corporal do atleta pode ser prejudicado por diferentes fatores. A dor lombar é um causador desse desequilíbrio (LEMOS; SILVEIRA, 2011). A elevada carga de treinamento exigida para a melhora da técnica da remada, é um dos fatores que causam dores lombares e lesões nos atletas, sendo as lesões outro fator que afeta o equilíibrio postural dos atletas de canoagem (HENSEL; PERRONI; JUNIOR, 2006). Segundo Lemos et al (2010) esse desequilíbrio corporal influência não somente no desempenho do atleta, mas também na sua saúde.
        De acordo com Lemos el al (2009) a modalidade canoagem ainda é uma área pouco investigada no que tange o entendimento das adaptações causadas no sistema de manutenção do equilíbrio.



Referências

CUATTRIN, S. A. Monitoração da freqüência cardíada durante treinamentos e competições na canoagem de velocidade: um estudo de caso. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Educação Física) – Universidade Federal de Londrina. Londrina, 2002.

LEMOS, L. F. C.; et al. Metodologia para o aprendizado da canoagem. EFDeportes, v.12, n.114, 2007.

NAKAMURA, F. Y.; et al. Estimativa do curso energético e contribuição das diferentes vias metabólicas na canoagem de velocidade. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.10, n.2, p.70-77. 2004.

DUARTE, M. Análise estabilográfica da postura ereta humana quasi-estática. Tese para o concurso de livre docência na área de biomecânica. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2000.

LEMOS, L. F. C.; SILVEIRA, M. C. Equilíbrio quase estático de canoístas: revisão sistemática. Atividade física, Lazer e Qualidade de Vida, v.2, n.1, p.83-91, jun 2011.

HENSEL, P.; PERRONI, N. G.; JUNIOR, E. C. P. Lesões musculoesqueléticas na temporada de 2006 em atletas da seleção brasileira feminina principal de canoagem velocidade. Acta Ortop Bras, v.16, n.4, p.233-237, 2008.

LEMOS, L. F. C; et al. Equilíbrio corporal de atletas da sweleção brasileira feminina de canoagem velocidade. Revista Brasileira de Biomecânica, v.9, n.18, p.21-28, 2009.


LEMOS, L. F. C.; et al. Lombalgia e o equilíbrio corporal de atletas da seleção brasileira feminina de canoagem velocidade. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v.12, n.6, p.457-463, 2010.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Flexibilidade e Jiu-jitsu: uma importante relação

        O jiu-jitsu de acordo com Costa et al (2009), é uma arte milenar que possui como principais ações a “pegada”, a “projeção”, o “deslocamento”, o “estrangulamento” e as “chaves em articulações”. Os autores destacam entre outras variáveis físicas, a flexibilidade, no qual a mesma é conceituada como uma qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesões (DANTAS, 1995).
        De acordo com Gracie e Gracie (2004), no jiu-jitsu os praticantes aprendem técnicas baseadas nas leis da física, como alavanca, inércia, centro de gravidade, sendo necessários treinamentos voltados para força e flexibilidade. A preferência dos praticantes de jiu-jitsu nos treinos de flexibilidade, são pelo método dinâmico, sendo que este método está associado a um maior número de lesões (SOARES; et al, 2005).
Segundo Costa et al (2009) a flexibilidade se torna relevante porque, em várias técnicas, é necessário um bom padrão de mobilidade articular. Trazendo como exemplo as articulações tóraco-lombar e a de quadril, que são constantemente solicitadas, principalmente no trabalho de solo e, no trabalho de guarda, o que nos leva a ressaltar a importância do treinamento de flexibilidade na preparação física dos praticantes (SOUZA; SILVA; CAMÕES, 2005).



Referências

COSTA, E.C.; et al. Efeito agudo do alongamento estático no desempenho de força de atletas de jiu-jitsu no supino horizontal. Fitness & Performance, v.8, n.3, p.212-217, jun 2009.

DANTES, E. H. M. Flexibilidade, alongamento e flexionamento. 3 ed. Rio de Janeiro: Shape, 1995.

GRACIE, R.; GRACIE, R. Brazilian jiu-jitsu teoria e técnica. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

SOARES, W. D.; et al. Determinação dos níveis de flexibilidade em atletas de karatê e jiu-jitsu. Motricidade, v.4, n.3, p.246-252, nov 2005.

SOUZA, I.; SILVA, V. S.; CAMÕES, J.C. Flexibilidade tóraco-lombar e de quadril em atletas de jiu-jitsu. Efdeportes, v.10, n.82, mar 2005.



sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Jogos dos Povos Indígenas

            Da condição de posse à de invasores passaram-se mais de 500 anos e, atualmente, existem vários projetos de preservações ambientais e animais, mas tem-se buscado também a preservação do índio, de seus territórios e das suas várias manifestações culturais (RUBIO; FURTADO; SILVA, 2006). Os autores ainda relatam que esse resgate pela preservação das culturas ancestrais tem sido comum aos vários grupos indígenas na busca da unificação de esforços e para o intercâmbio de informações.
            Os Jogos dos Povos Indígenas é um exemplo, cujo o mesmo teve sua primeira edição em 1996. Nesse primeiro evento participaram 470 índios, de 29 etnias (GOSSO; OTTA. 2003). Para os indígenas esses eventos representam momentos aonde se pode celebrar, transmitir a cultura, estabelecer trocas, conhecer novas formas de jogar e dar visibilidade (FERREIRA, 2006).
            De acordo com Ferreira, et al (2008) os jogos seguem rituais próximos aos dos demais eventos esportivos, como por exemplo: desfiles de abertura, porém as etnias entram com roupas típicas; a arena, locais dos jogos; tendas de artesanatos; fórum social, com convidados, visando debater diversos temas; entre outras semelhanças. Algumas modalidades também seguem semelhanças, enquanto outras possuem pequenas adaptações e, outras nenhuma semelhanças. Existem provas de corridas de toras, canoagem, arco e fleixa, além de pinturas e adornos corporais, entre outras modalidades, tudo em uma incessante troca de criações culturais das diversas nações envolvidas (RUBIO; FURTADO; SILVA, 2006).



Referências

RUBIO, K.; FUTADA, F. M.; SILVA, E. C. Os jogos indígenas e as contradições do confraternizar e competir. Revista Brasileira de Ciência do Esporte, v.28, n.1, p.105-119, set 2006.

GOSSO, Y.; OTTA, E. Em uma aldeia Parakanã. In: CARVALHO, A. M. A; MAGALHÃES, C. M. C; PONTES, F. A. R.; BICHARA, L. D. (Orgs.). Brincadeira e cultura: viajando pelo Brasil que brinca. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. v.1.

Ferreira, M.B.R. et al. "Jogos dos povos indígenas". Relatório do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério do Esporte. 2006.

FERREIRA, M.B.R. et al. Jogos indígenas, realizações urbanas e construções miméticas. Ciência e Cultura, v.60, n.4, out 2008.