sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O preconceito contra os negros no esporte
            No Brasil o preconceito contra os negros, conhecido como racismo, é mascarada pela sua sutileza (CAMINO et al, 20010). Os autores em sua pesquisa com universitários, identificaram que a força da norma anti-racista leva as pessoas a evitarem assumir atitudes preconceituosas, mascarando o problema. Esse tema polêmico, continua sendo sustentado por mitos, meias palavras e preconceitos que acabam distorcendo e muitas vezes superficializando o debate (BURKE, 2005).
            No esporte as atitudes não são distintas. Na década de 50, em um momento de crise esportiva, ocorreu grande desconfiança por parte da elite brasileira que sentia-se insegura em ser representados por jogadores negros (CASTRO, 1995).  De acordo com Rodrigues (2004) o futebol chegou a criar um estilo único no início do século XX, no qual jogadores negros evitavam entrar em contato com jogadores brancos para não criar situações propensas a brigas e, para isso utilizavam dribles, ginga e talento.
Segundo González e Martín (2006) atualmente a presença de negros no esporte ganhando elevados salários poderia passar a impressão que no meio esportivo o racismo não existe mais, mas esse fato não é verdade. Percebemos esse tipo de preconceitos quando nos deparamos que no Brasil existem poucos técnicos, dirigentes, presidentes de federações e confederações negros. Além disso em um passado recente vários jogadores foram alvos de insultos racistas, como no caso do goleiro Aranha, no incidente atleta do Santos, que foi ofendido por torcedores com xingamentos e sons semelhantes ao de macacos. Fato semelhante ocorreu em um partida de vôlei e, deve ocorrer em diversas outras ocasiões, porém sem divulgação. Nesse 20 de novembro, dia da consciência negra, deixamos a seguinte pergunta: ATÉ QUANDO?



Referências

CAMINO, L.; et al. A Face Oculta do Racismo no Brasil: Uma Análise Psicossociológica. Revista Psicologia Política, v.1, n.1, p.13-36, 2001.

BURKE, M.L.P.Sobre Gilberto Freyre: um vitoriano nos trópicos. São Paulo: UNESP. 2005.

CASTRO, R. Estrela solitária: um brasileiro chamado Garrincha. São Paulo: Companhia das Artes. 1995.

Rodrigues, F.X.F. Modernidade, disciplina e futebol: uma análise sociológica da produção social do jogador de futebol no Brasil. Sociologias, v.6, n.11, p.260-299, 2004.

González, J.D.; Martín, P.J.J. Fútbol y Racismo: un problema científico y social. Revista Internacional de Ciencias del Deporte, v.2, n.3, p.68-94, 2006.


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Um breve histórico do início do vôlei de praia
           
          Assim como vários outros esportes, o vôlei de praia surgiu nos Estados Unidos, mais precisamente na Califórnia (JUNIOR, 2012). Segundo Afonso e Júnior (2012) esse surgimento se deu no início do século XX, logo após a Primeira Guerra Mundial. Os autores ainda afirmam que o vôlei de praia é uma modalidade derivada do voleibol. O primeiros praticantes aderiram a modalidade em forma de lazer (AFONSO, 2004) e, sendo praticado geralmente 4 contra 4 ou 6 contra 6 (JUNIOR, 2012).
            O vôlei de praia chegou ao Brasil somente na década de 30, inicialmente nas praias de Copacabana, Itapema e Leblon (AFONSO, 2004). De acordo com Vlastuin e Pilatti (2005) os primeiros praticantes eram jogadores formados nos clubes do vôlei do Rio de Janeiro que realizavam as partidas de forma recreativa. Em seguida sua prática foi difundida por toda costa nacional, para posteriormente chegar no interior do país, longe das praias (AFONSO, JÚNIOR, 2012). De acordo com os autores, em menos de 15 anos o vôlei de praia brasileiro de tornou referência internacional.
            Não demorou muito para os campeonatos surgirem, sendo o 1º mundial realizados no ano de 1987, em Copacabana (Rio de Janeiro). As duplas foram classificadas através de um campeonato, se classificando duplas do Japão, México, Argentina, Chile, Itália e Brasil, além das duplas mais conhecidas norte-americanas que foram convidadas para o competição (JUNIOR, 2012). O primeiro Campeonato Brasileiro aconteceu em 1989, sendo conquistado por uma dupla pernambucana. Em 1990 foi realizada a primeira etapa do Circuito Mundial de Vôlei de Praia masculino, disputado em Copacabana (VÔLEI DE PRAIA, 1990). A competição feminina ocorreu somente 3 anos depois. Em 1996, nos Jogos Olímpicos de Atlanta, a modalidade realizava sua estréia.
            Apesar de ser considerada uma modalidade atual, ou seja, seu surgimento foi tardio em comparação a outros esportes tradicionais. O vôlei de praia conquistou seu espaço e, muitos adeptos, sendo atualmente uma modalidade praticada profissionalmente e, em forma de lazer por muitas pessoas.



Referência

VLASTUIN, J.; PILATTI, L.A. Na ‘rede’ do vôlei de praia: um produto moderno no campo esportivo. Efdesportes, Bueno Aires, v.10, n.84, mai 2005 http://www.efdeportes.com/efd84/rede.htm. Acesso em: 13 nov. 2015.

JUNIOR, N.K.M. História do voleibol na areia. Efdesportes, Buenos Aires, v.17, n.171, ago.2012. http://www.efdeportes.com/efd84/rede.htm. Acesso em: 13 nov. 2015.

AFONSO, G.F.; JÚNIOR, W.M. Como pensar o voleibol de praia socialogicamente. Motriz, v.18, n.1, p.72-83, mar 2012.

AFONSO, G. F. Voleibol de praia: uma análise sociológica da história da modalidade (1985-2003). Curitiba, 2004. 223 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Federal do Paraná. p. 80


Vôlei de Praia (1990). Caminhos na areia. Vôlei de Praia 1(2):5-9

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O crescimento do tênis brasileiro possui nome e sobrenome.

Os esportes segundo Gaya (2006) estão divididos em quatro segmentos: o esporte de alto rendimento, o esporte escolar ou como meio para educação, o esporte de lazer e o esporte de reabilitação. Por conta dessa divisão, os adeptos buscam as práticas com objetivos distintos, dando ao esporte um significado plural e com diferentes sentidos (CORTELA et al, 2012). Os autores ainda afirmam que o número de praticantes na sociedade contemporânea cresce cada vez mais.
            O tênis não é exceção quando o assunto é o crescimento no número de adeptos. Segundo Hirota et al (2011) o tênis é um dos esportes que mais cresceram nos últimos anos, se tornando umas das modalidades mais praticadas no mundo (CORTELA et al, 2012). Segundo Teles e Salve (2004) o Brasil sofreu um aumento na demanda pela prática do tênis, após a vitória do brasileiro Gustavo Kuerten em Rolland Garros, em 1997. Após o título de 1997, vieram mais o de 2000 e de 2001 no mesmo local. Essas inesquecíveis conquistas do brasileiro impulsionaram o mercado interno, criando um movimento chamado de “Era Guga”, no qual se observou um aumento significativo no número de adeptos (MUELLER, MIRANDA, 2006).
            Após a “Era Guga” as quadras públicas, de escolas e clubes estão cada vez mais cheias e concorridos, as acadêmias de tênis têm cada vez mais alunos interessados em aprender esse esporte (TELES, SALVE, 2004). Porém segundo Muller e Rodrigues (2009) o tênis ainda é considerado um esporte de elite, sendo restrito a uma pequena parcela da população. Além dessa limitação citada, a escassez de profissionais capacitados têm ausentado o tênis do ambiente escolar, deixando de atender uma enorme parcela da população (DIAS, 2002). Apesar da modalidade conter alguns empecilhos para a continuidade do seu crescimento, fica evidente que o tênis brasileiro é um antes da “Era Guga” e, outro após as conquistas do tenista.



Referências

GAYA, A. Corpos esportivos: O esporte como campo de investigação científica. In: TANI, G.; BENTO, J.O.; PETERSEN, R.D.S. Pedagogia do desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 101-112.

CORTELA, C.C.; et al. Iniciação esportiva ao tênis de campo: um retrato do programa play and stay à luz da pedagogia do esporte. Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, v.10, n.2, p.214-234, ago 2012.

HIROTA, V.B.; et al. A influência da origem motivacional durante o treinamento de atletas iniciantes no tênis de campo. Revista Mackenzie de Educação Física, v.10, n.2, 2011.
TELES, W.A.; SALVE, M.G.C. Qualidade de vida através do tênis. Movimento & Percepção, v.4, n.4, p.28-39, dez 2004.

MUELLER, J.; MIRANDA, M. Tênis. In DA COSTA, L. Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2006. p. 8.70-8.72.

MUELLER, J.; RODRIGUES, O.A.F. O tênis nas escolas: uma prática apropriada a cultura escolar. In: BALBINOTTI, C. et al. O ensino do tênis: novas perspectiva de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2009. p. 61-79.


DIAS, J. M. et al. O ensino e aprendizagem de Tênis nos cursos de Educação Física. In: JORNADA INTERNACIONAL DE TREINAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO TÊNIS, 4. Florianópolis, 2002. Anais... Florianópolis: NETEC, 2002. p. 105-107.