O preconceito contra os negros no
esporte
No Brasil o preconceito contra os
negros, conhecido como racismo, é mascarada pela sua sutileza (CAMINO et al,
20010). Os autores em sua pesquisa com universitários, identificaram que a
força da norma anti-racista leva as pessoas a evitarem assumir atitudes
preconceituosas, mascarando o problema. Esse tema polêmico, continua sendo
sustentado por mitos, meias palavras e preconceitos que acabam distorcendo e
muitas vezes superficializando o debate (BURKE, 2005).
No esporte as atitudes não são
distintas. Na década de 50, em um momento de crise esportiva, ocorreu grande
desconfiança por parte da elite brasileira que sentia-se insegura em ser representados
por jogadores negros (CASTRO, 1995). De
acordo com Rodrigues (2004) o futebol chegou a criar um estilo único no início
do século XX, no qual jogadores negros evitavam entrar em contato com jogadores
brancos para não criar situações propensas a brigas e, para isso utilizavam
dribles, ginga e talento.
Segundo
González e Martín (2006) atualmente a presença de negros no esporte ganhando
elevados salários poderia passar a impressão que no meio esportivo o racismo
não existe mais, mas esse fato não é verdade. Percebemos esse tipo de
preconceitos quando nos deparamos que no Brasil existem poucos técnicos,
dirigentes, presidentes de federações e confederações negros. Além disso em um
passado recente vários jogadores foram alvos de insultos racistas, como no caso
do goleiro Aranha, no incidente atleta do Santos, que foi ofendido por
torcedores com xingamentos e sons semelhantes ao de macacos. Fato semelhante
ocorreu em um partida de vôlei e, deve ocorrer em diversas outras ocasiões,
porém sem divulgação. Nesse 20 de novembro, dia da consciência negra, deixamos
a seguinte pergunta: ATÉ QUANDO?
Referências
CAMINO, L.; et al. A Face
Oculta do Racismo no Brasil: Uma Análise Psicossociológica. Revista Psicologia Política, v.1, n.1, p.13-36,
2001.
BURKE, M.L.P.Sobre Gilberto Freyre: um vitoriano nos trópicos. São Paulo: UNESP. 2005.
CASTRO, R. Estrela solitária: um brasileiro chamado
Garrincha. São Paulo: Companhia das Artes. 1995.
Rodrigues, F.X.F. Modernidade,
disciplina e futebol: uma análise sociológica da produção social do jogador de
futebol no Brasil. Sociologias, v.6,
n.11, p.260-299, 2004.
González, J.D.; Martín, P.J.J.
Fútbol y Racismo: un problema científico y social. Revista Internacional de Ciencias del Deporte, v.2, n.3, p.68-94,
2006.