segunda-feira, 25 de julho de 2016

O FAMOSO FUTEBOL DE VÁRZEA
           
          A partir do momento em que o futebol já não é mais praticado apenas pela elite, sendo encontrado nas ruas, áreas vazias, areia da praia, entre outros locais, surge a várzea, ou as populares peladas (CALDAS, 1997). Durante muito tempo, foram esses locais que ancoraram o desenvolvimento do esporte, tornado-o um dos mais praticados (SANTOS, 2007).  
            De acordo com Santos (2007) pensar em várzea, é pensar em no lazer, nas ligas regionais, nos encontros dos finais de semana e na prática do futebol. A princípio os campos de várzea eram locais exclusivos do público masculino, não existiam iluminações, eram freqüentados geralmente finais de semana, e somente para a prática do futebol. Atualmente os espaços esportivos estão voltados para ambos os sexos, os campos sofreram melhoras e passaram a ser usado para outros esportes, o que levou alguns autores a afirmarem que os jogos de várzea diminuíram.
            Para Aduto (1999) essa prática não morreu, ela apenas modificou-se, sendo que o mesmo afirma que ainda existem centenas de campos de várzea, milhares de times. Rigo, Jahnecka e Silva (2010) afirmam que de maneira geral, as práticas do futebol como lazer, as famosas peladas, continuam ter presenças marcantes, tanto nos grandes centros urbanos, quanto nas pequenas cidades, onde, não raramente, ele é um dos poucos momentos de lazer.
            Como percebemos essa prática esportiva, não irá se acabar tão fácil. Sendo que muitos atletas profissionais surgiram desses campos de várzea, e muitos outros também irão ser descobertos nesses locais, além dos momentos de lazer que a população usufruí.



REFERÊNCIAS

ADAUTO, F. Ainda se joga futebol na Cidade com muito amor. In: DA COSTA, M. Regina (Org.). Futebol: espetáculo do século. São Paulo: Musa, p. 122- 127, 1999.

CALDAS, W. Futebol e cultura brasileira. Revista Brasileira de Campinas, v.20, n.1, p.69-86, 1997.

SANTOS, E. A representação dos campos de várzea na cidades: um espaço de memória. Revista História: Questões e Debates, v.47, n.0, p.203-215, 2007.

RIGO, L. C.; JAHNECKA, L.; SILVA, I. C. Notas etnográficas sobre o futebol de várzea. Revista Movimento, v.16, n.03, p.155-179, 2010.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Futsal: a preferência pelo treino coletivo
            
       O futsal é uma das modalidades mais praticadas no Brasil, com forte apelo cultural (RÉ, 2008). Além de ser uma modalidade muito praticada no país, esse esporte está presente em mais de 100 países, já satisfazendo às exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI) para ser reconhecido como esporte olímpico (ARINS; SILVA, 2007). Assim como as demais modalidade, os atletas de futsal também possuem treinos constantes, porém ainda há pouca literatura sobre o assunto.
De acordo com Chagas et al (2005) o perfil motor do jogador de futsal é caracterizado pela realização de inúmeras ações motoras rápidas, com ou sem a posse da bola. Por conta dessa movimentação, os praticantes de futsal necessitam de aspectos físicos como: resistência aeróbia, velocidade, resistência muscular e potência muscular (SANTOS FILHOS, 1995). Porém Smith (1994) chama atenção para o treinamento físico desses atletas, no qual exercícios podem ser recomendados para uns, ao passo que para outros possam ser contra-indicados.
Além dos aspectos físicos, os atletas possuem os aspectos técnicos e táticos. Nesse caso Ré e Barbanti (2006) relatam que o treinamento desses aspectos de forma isolada não apresentará resultados positivos. Arins e Silva (2007) afirmam que os treinos devem ser simulações dos jogos, ou seja, treinos coletivos, pelo fato da similaridade com as situações reais das partidas. Os autores ainda afirmam que desta forma além dos aspectos técnicos e táticos do grupo, os aspectos fisiológicos dos atletas são privilegiados.



Referências

RÉ, A. N. Características do futebol e do futsal: implicações para o treinamento de adolescentes e adultos jovens. Efdeportes, v.13, n.137, dez 2008.

ARINS, F. B.; SILVAS, R. C. R. Intensidade de trabalho durante os treinamentos coletivos de futsal profissional: um estudo de caso. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desemprenho Humano, v.9, n.3, p.291-296, 2007.

CHAGAS, M. H.; et al. Associação entre tempo de reação e de movimento em jogadores de futsal. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v.19, n.4, p.269-275, dez 2005.

SANTOS FILHO, J. L. Preparação Física. Rio de Janeiro. Sprint,  1995.

SMITH, L.K. Avaliação da saúde. In: BLAIR, S.N.; PAINTER, P.; RUSSEL, R.P.; SMITH, L.K.; TAYLOR, C.B. Prova de esforço e prescrição de exercícios. Rio de Janeiro: Revinter,  p.151-155, 1994.

RÉ, A. H. N.; BARBANTI, V.J. Uma visão macroscópica da influência das capacidades motoras no desempenho esportivo. In: SILVA, L. R. R. Desempenho esportivo: treinamento com crianças e adolescentes. São Paulo. Phorte, 2006.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Bodyboard: uma breve introdução de sua história

            O bodyboard, de acordo com Amado (2011), é um esporte considerado recente. O autor ainda relata que a modalidade é derivada de uma prática polinésia de surfar deitado em uma prancha feita de “alaias”, uma árvore típica daquela região. Essa prática só se tornou conhecida como modalidade esportiva no início dos anos 70 (SCHEFFER, 2010). A autora afirma que esse fato ocorreu após o então surfista americano Tom Morey partir sua prancha de surfe ao meio, utilizando uma das metade para chegar até a areia, descobrindo assim a sensação de surfar deitado.
            Segundo Andkjaer (2004) após a década de 70 houve um crescimento significativo no desenvolvimento das atividade de aventura, não sendo o bodyboard uma exceção. Nessa mesma década o esporte chegou ao Brasil através de Marcus Cal Kung, no qual o mesmo trás equipamentos de último tipo, para a época, conhecido como Morey Booogie, essa marca ficou tão conhecida que, durante um longo período, deu seu nome à prática (DA COSTA, 2005).
            O primeiro campeonato mundial ocorreu em meados da década de 80 em Pipeline, e o primeiro campeonato no Brasil em Niterói, contendo 16 participantes, entre eles uma mulher (SCHEFFER, 2010). Nesse mesmo período as grandes marcas começaram a fabricar as pranchas no Brasil, não existindo mais  a necessidades  de importá-las. Em 1985 a primeira equipe brasileira participa de um campeonato mundial.
            De acordo com órgãos que dirigem o esporte no mundo, atualmente ele envolve cerca de 2 milhões de praticantes, entre eles 500 mil são mulheres e, 2.500 são atletas federados (SCHEFFER, 2010). Em busca de mais praticantes, existem diversas escolinhas de bodyboard nas praias, podendo essa modalidade ser praticado com equipamento de baixo custo, como pranchas de isopor, conquistando assim adeptos de todas as idades e condições sociais (DA COSTA, 2005).



Referências

AMADO, D. F. L. “Programa de desenvolvimento do bodyboard no concelho da Nazaré”: Estudo de viabilização da implementação do bodyboard como atividade extracurricular no Ext. Dom Fuas Roupinho. 2011. 96 f. Dissertação (Mestre em Lazer e Desenvolvimento Local) – Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade de Coimbra, Coimbra. 2011.

ANDKJAER, S. (2004). New trends in outdoor activities in Denmark. In: Internacional Conference on Leisure, Tourism & Sport – Education, Integration, Innovation, Cologne.

SCHEFFER, F. Um olhar sobre o bodyboarding a partir de uma revisão de literatura. 2010. 37 f. TCC (Licenciado em Educação Física) – Escola Superior de Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2010.


DA SILVA, L. Atlas do esporte no Brasil: atlas do esporte, educação física e atividade física de saúde e lazer no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2005.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Canoagem e o equilíbrio corporal dos atletas

        A origem da canoagem de acordo com Cuattrin (2002) é muita antiga, sendo encontrado relatos de uma das primeiras embarcações por volta de 400 a.C. Apesar de ser um esporte antigo, foram os índios norte-americanos que obtiveram maior proveito da canoagem, pois eles perceberam que com as canoas, facilitava a caça, a pesca, o deslocamento e transporte de utensílios e etc (LEMOS; et al, 2007). Porém somente em 1936, em Berlin, a canoagem se torna um esporte olímpico (NAKAMURA; et al, 2004).
        Nessa modalidade, o equilíbrio corporal é uma importante capacidade física para a estabilidade da embarcação. De acordo com Duarte (2000) o corpo humano nunca está submetido a condição de equilíbrio perfeita, oscilando constantemente, mesmo quando permanece em pé, sendo então, essa variável chamada de equilíbrio quase estático. Segundo Böhme (2003) o equilíbrio corporal é fundamental para as atividades diárias, mas principalmente para os esportes, sendo um dos componentes da aptidão física relacionado a saúde.
        Na canoagem o equilíbrio corporal do atleta pode ser prejudicado por diferentes fatores. A dor lombar é um causador desse desequilíbrio (LEMOS; SILVEIRA, 2011). A elevada carga de treinamento exigida para a melhora da técnica da remada, é um dos fatores que causam dores lombares e lesões nos atletas, sendo as lesões outro fator que afeta o equilíibrio postural dos atletas de canoagem (HENSEL; PERRONI; JUNIOR, 2006). Segundo Lemos et al (2010) esse desequilíbrio corporal influência não somente no desempenho do atleta, mas também na sua saúde.
        De acordo com Lemos el al (2009) a modalidade canoagem ainda é uma área pouco investigada no que tange o entendimento das adaptações causadas no sistema de manutenção do equilíbrio.



Referências

CUATTRIN, S. A. Monitoração da freqüência cardíada durante treinamentos e competições na canoagem de velocidade: um estudo de caso. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Educação Física) – Universidade Federal de Londrina. Londrina, 2002.

LEMOS, L. F. C.; et al. Metodologia para o aprendizado da canoagem. EFDeportes, v.12, n.114, 2007.

NAKAMURA, F. Y.; et al. Estimativa do curso energético e contribuição das diferentes vias metabólicas na canoagem de velocidade. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.10, n.2, p.70-77. 2004.

DUARTE, M. Análise estabilográfica da postura ereta humana quasi-estática. Tese para o concurso de livre docência na área de biomecânica. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2000.

LEMOS, L. F. C.; SILVEIRA, M. C. Equilíbrio quase estático de canoístas: revisão sistemática. Atividade física, Lazer e Qualidade de Vida, v.2, n.1, p.83-91, jun 2011.

HENSEL, P.; PERRONI, N. G.; JUNIOR, E. C. P. Lesões musculoesqueléticas na temporada de 2006 em atletas da seleção brasileira feminina principal de canoagem velocidade. Acta Ortop Bras, v.16, n.4, p.233-237, 2008.

LEMOS, L. F. C; et al. Equilíbrio corporal de atletas da sweleção brasileira feminina de canoagem velocidade. Revista Brasileira de Biomecânica, v.9, n.18, p.21-28, 2009.


LEMOS, L. F. C.; et al. Lombalgia e o equilíbrio corporal de atletas da seleção brasileira feminina de canoagem velocidade. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v.12, n.6, p.457-463, 2010.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Flexibilidade e Jiu-jitsu: uma importante relação

        O jiu-jitsu de acordo com Costa et al (2009), é uma arte milenar que possui como principais ações a “pegada”, a “projeção”, o “deslocamento”, o “estrangulamento” e as “chaves em articulações”. Os autores destacam entre outras variáveis físicas, a flexibilidade, no qual a mesma é conceituada como uma qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesões (DANTAS, 1995).
        De acordo com Gracie e Gracie (2004), no jiu-jitsu os praticantes aprendem técnicas baseadas nas leis da física, como alavanca, inércia, centro de gravidade, sendo necessários treinamentos voltados para força e flexibilidade. A preferência dos praticantes de jiu-jitsu nos treinos de flexibilidade, são pelo método dinâmico, sendo que este método está associado a um maior número de lesões (SOARES; et al, 2005).
Segundo Costa et al (2009) a flexibilidade se torna relevante porque, em várias técnicas, é necessário um bom padrão de mobilidade articular. Trazendo como exemplo as articulações tóraco-lombar e a de quadril, que são constantemente solicitadas, principalmente no trabalho de solo e, no trabalho de guarda, o que nos leva a ressaltar a importância do treinamento de flexibilidade na preparação física dos praticantes (SOUZA; SILVA; CAMÕES, 2005).



Referências

COSTA, E.C.; et al. Efeito agudo do alongamento estático no desempenho de força de atletas de jiu-jitsu no supino horizontal. Fitness & Performance, v.8, n.3, p.212-217, jun 2009.

DANTES, E. H. M. Flexibilidade, alongamento e flexionamento. 3 ed. Rio de Janeiro: Shape, 1995.

GRACIE, R.; GRACIE, R. Brazilian jiu-jitsu teoria e técnica. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

SOARES, W. D.; et al. Determinação dos níveis de flexibilidade em atletas de karatê e jiu-jitsu. Motricidade, v.4, n.3, p.246-252, nov 2005.

SOUZA, I.; SILVA, V. S.; CAMÕES, J.C. Flexibilidade tóraco-lombar e de quadril em atletas de jiu-jitsu. Efdeportes, v.10, n.82, mar 2005.