O FAMOSO FUTEBOL DE VÁRZEA
A partir do momento em que o futebol
já não é mais praticado apenas pela elite, sendo encontrado nas ruas, áreas
vazias, areia da praia, entre outros locais, surge a várzea, ou as populares
peladas (CALDAS, 1997). Durante muito tempo, foram esses locais que ancoraram o
desenvolvimento do esporte, tornado-o um dos mais praticados (SANTOS, 2007).
De acordo com Santos (2007) pensar
em várzea, é pensar em no lazer, nas ligas regionais, nos encontros dos finais
de semana e na prática do futebol. A princípio os campos de várzea eram locais
exclusivos do público masculino, não existiam iluminações, eram freqüentados
geralmente finais de semana, e somente para a prática do futebol. Atualmente os
espaços esportivos estão voltados para ambos os sexos, os campos sofreram
melhoras e passaram a ser usado para outros esportes, o que levou alguns
autores a afirmarem que os jogos de várzea diminuíram.
Para Aduto (1999) essa prática não
morreu, ela apenas modificou-se, sendo que o mesmo afirma que ainda existem
centenas de campos de várzea, milhares de times. Rigo, Jahnecka e Silva (2010)
afirmam que de maneira geral, as práticas do futebol como lazer, as famosas
peladas, continuam ter presenças marcantes, tanto nos grandes centros urbanos,
quanto nas pequenas cidades, onde, não raramente, ele é um dos poucos momentos
de lazer.
Como percebemos essa prática
esportiva, não irá se acabar tão fácil. Sendo que muitos atletas profissionais
surgiram desses campos de várzea, e muitos outros também irão ser descobertos
nesses locais, além dos momentos de lazer que a população usufruí.
REFERÊNCIAS
ADAUTO,
F. Ainda se joga futebol na Cidade com muito amor. In: DA COSTA, M. Regina
(Org.). Futebol: espetáculo do século.
São Paulo: Musa, p. 122- 127, 1999.
CALDAS,
W. Futebol e cultura brasileira. Revista
Brasileira de Campinas, v.20, n.1, p.69-86, 1997.
SANTOS,
E. A representação dos campos de várzea na cidades: um espaço de memória. Revista História: Questões e Debates, v.47,
n.0, p.203-215, 2007.
RIGO,
L. C.; JAHNECKA, L.; SILVA, I. C. Notas etnográficas sobre o futebol de várzea.
Revista Movimento, v.16, n.03,
p.155-179, 2010.