A
superação das mulheres nos Jogos Olímpicos.
No
final do século XIX as mulheres passaram a ocupar espaços públicos, fato que
cresce no período pós-guerra (DERÓS; GOELLNER, 2009). Segundo Goellner (2006),
nesse mesmo período as mulheres brasileiras são inseridas no mundo do esporte,
porém é a partir da primeira década do século XX que a participação se amplia,
criando maior visibilidade. A princípio somente as mulheres da elite
demonstravam, em espaços públicos, seus aprendizados e talentos esportivos. Geralmente
eram modalidades como tênis e hipismo (SCHPUN, 1997). Porém nenhum dos esportes
citados foram os pioneiros, perante a participação das mulheres nos Jogos
Olímpicos.
A primeira mulher brasileira a participar de
uma Olimpíadas, foi a atleta de natação Maria Lenk. A atleta disputou os jogos
de Los Angeles, 1932. Nessa ocasião, a delegação brasileira contava com 67
atletas, sendo Maria Lenk a únicas mulher (ROMARIZ; DEVIDE; VOTRE; 2007). Os
autores afirmam que em outras ocasiões, como nas Olimpíadas de 1956 a delegação brasileira esteve presente
somente com uma mulher, a atleta dos saltos ornamentais Mary Dalva Proença. A
segunda mulher a ir para os Jogos Olímpicos foi Wanda dos Santos. A atleta
participou dos jogos de 1952 (Helsinque) e 1960 (Roma), na qual foi a única
representante mulher. Em 1964, nos jogos de Tóquio, Aída dos Santos, também a
única mulher da delegação, conquista o quarto lugar no salto em altura, sem
possuir técnico (GOELLNER, 2006). Segundo Romariz, Devide e Votre (2007), a atleta
desfilou nesses jogos com um uniforme improvisados por ela própria, pois os
organizadores da equipe brasileira não confeccionaram uniforme feminino, além
de deixarem-na sozinha e sem assistência na parte feminina do evento.
Segundo
Goellner (2006), a participação das atletas brasileiras nos Jogos Olímpicos
cresceu significativamente a partir dos anos 70, sendo que a primeira premiação
com o ouro olímpico, aconteceu em Atlanta (1996), com a dupla do vôlei de praia
Jackie Silva e Sandra Pires. Nessa mesma Olimpíada as vice-campeãs da mesma
modalidade foram as também brasileiras Mônica Rodrigues e Adriana Samuel
(ROMARIZ; DEVIDE; VOTRE; 2007). A vitória foi tão marcante, que os autores
relatam que, a atleta Sandra Pires teve a honra de levar a bandeira brasileira
no desfile de abertura dos jogos Olímpicos de 2000, sendo a primeira mulher a
alcançar esse feito. Os número de mulheres participantes dos jogos foi
crescendo significativamente, sendo que nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, a
delegação brasileira foi com 277 atletas, sendo 144 homens e 133 mulheres
(DERÓS; GOELLNER, 2009).
Percebemos
que as mulheres adquiriram diversas conquistas com o passar do tempo, porém
para Goellner (2006) as condições de acesso e participação ainda não são as
mesmas comparado com os homens. Os autores trazem alguns exemplos como a
visibilidade conferida pela mídia, nos valores de premiações, entre outras.

Referências
DÉROS, C.C.; GOELLNER, S.V.
As mulheres na gestão do esporte brasileiro: um estudo pioneiro. Revista Movimento, v.15, n.02,
p.235-242, jun 2009.
GOELLNER, S.V. Mulher e
esporte no Brasil: entre incentivos e interdições elas fazem história. Pensar a Prática, v.08, n.01, p.85-100,
jul 2006.
SCHPUN, M. R. Códigos sexuados e vida urbana em São
Paulo: as práticas esportivas da oligarquia nos anos vinte. In: SCHPUN, M.
R. (org.). Gênero sem fronteiras. Florianópolis: Editora Mulheres, 1997.
ROMARIZ, S.B.; DEVIDE, F.P.;
VOTRE, S. Atleta, substantivo feminino: as mulheres brasileira nos Jogos
Olímpicos. Revista Movimento, v.13,
n.01, p.207-216, dez 2007.
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