sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A superação das mulheres nos Jogos Olímpicos.

No final do século XIX as mulheres passaram a ocupar espaços públicos, fato que cresce no período pós-guerra (DERÓS; GOELLNER, 2009). Segundo Goellner (2006), nesse mesmo período as mulheres brasileiras são inseridas no mundo do esporte, porém é a partir da primeira década do século XX que a participação se amplia, criando maior visibilidade. A princípio somente as mulheres da elite demonstravam, em espaços públicos, seus aprendizados e talentos esportivos. Geralmente eram modalidades como tênis e hipismo (SCHPUN, 1997). Porém nenhum dos esportes citados foram os pioneiros, perante a participação das mulheres nos Jogos Olímpicos.
 A primeira mulher brasileira a participar de uma Olimpíadas, foi a atleta de natação Maria Lenk. A atleta disputou os jogos de Los Angeles, 1932. Nessa ocasião, a delegação brasileira contava com 67 atletas, sendo Maria Lenk a únicas mulher (ROMARIZ; DEVIDE; VOTRE; 2007). Os autores afirmam que em outras ocasiões, como nas Olimpíadas de 1956  a delegação brasileira esteve presente somente com uma mulher, a atleta dos saltos ornamentais Mary Dalva Proença. A segunda mulher a ir para os Jogos Olímpicos foi Wanda dos Santos. A atleta participou dos jogos de 1952 (Helsinque) e 1960 (Roma), na qual foi a única representante mulher. Em 1964, nos jogos de Tóquio, Aída dos Santos, também a única mulher da delegação, conquista o quarto lugar no salto em altura, sem possuir técnico (GOELLNER, 2006). Segundo Romariz, Devide e Votre (2007), a atleta desfilou nesses jogos com um uniforme improvisados por ela própria, pois os organizadores da equipe brasileira não confeccionaram uniforme feminino, além de deixarem-na sozinha e sem assistência na parte feminina do evento.
Segundo Goellner (2006), a participação das atletas brasileiras nos Jogos Olímpicos cresceu significativamente a partir dos anos 70, sendo que a primeira premiação com o ouro olímpico, aconteceu em Atlanta (1996), com a dupla do vôlei de praia Jackie Silva e Sandra Pires. Nessa mesma Olimpíada as vice-campeãs da mesma modalidade foram as também brasileiras Mônica Rodrigues e Adriana Samuel (ROMARIZ; DEVIDE; VOTRE; 2007). A vitória foi tão marcante, que os autores relatam que, a atleta Sandra Pires teve a honra de levar a bandeira brasileira no desfile de abertura dos jogos Olímpicos de 2000, sendo a primeira mulher a alcançar esse feito. Os número de mulheres participantes dos jogos foi crescendo significativamente, sendo que nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, a delegação brasileira foi com 277 atletas, sendo 144 homens e 133 mulheres (DERÓS; GOELLNER, 2009).
Percebemos que as mulheres adquiriram diversas conquistas com o passar do tempo, porém para Goellner (2006) as condições de acesso e participação ainda não são as mesmas comparado com os homens. Os autores trazem alguns exemplos como a visibilidade conferida pela mídia, nos valores de premiações, entre outras.


Referências

DÉROS, C.C.; GOELLNER, S.V. As mulheres na gestão do esporte brasileiro: um estudo pioneiro. Revista Movimento, v.15, n.02, p.235-242, jun 2009.

GOELLNER, S.V. Mulher e esporte no Brasil: entre incentivos e interdições elas fazem história. Pensar a Prática, v.08, n.01, p.85-100, jul 2006.

SCHPUN, M. R. Códigos sexuados e vida urbana em São Paulo: as práticas esportivas da oligarquia nos anos vinte. In: SCHPUN, M. R. (org.). Gênero sem fronteiras. Florianópolis: Editora Mulheres, 1997.


ROMARIZ, S.B.; DEVIDE, F.P.; VOTRE, S. Atleta, substantivo feminino: as mulheres brasileira nos Jogos Olímpicos. Revista Movimento, v.13, n.01, p.207-216, dez 2007.

Nenhum comentário:

Postar um comentário