sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A relação entre os esportes Paralímpicos e a Mídia

A relação entre os esportes Paralímpicos e a Mídia

O primeiro registro de esportes que incluíram pessoas com deficiência aconteceu em 1918, na Alemanha (MACHADO, 2012). Porém o autor afirma que a grande expansão ocorreu somente depois da Segunda Guerra Mundial, por conta do grande número de ex-combatentes que ficaram mutilados ou com lesões na coluna vertebral. Alguns desses ex-combatentes realizaram os primeiros jogos, que ocorreu em 1948, em Londres.
            Apesar de os esportes paralímpicos terem ganho diversos adeptos, e os jogos inúmeros competidores, alguns países, assim como o Brasil, encontram-se com problemas para o surgimento de novos talentos paralímpicos, tendo em vista que a divulgação desta forma de esporte ainda não é ideal, assim como a oferta de práticas (MARQUES et al, 2013). Os autores afirmam que o esporte paralímpico ainda não é usual no dia-a-dia o que dificulta atingir o interesse de novos atletas e da mídia. Os próprios atletas já praticantes mostram-se insatisfeitos com a divulgação midiática (MARQUES et al, 2014).
            Alguns autores julgam o esporte paralímpico como sendo de risco para a mídia, pois de acordo com Purdue e Howe (2012) seria uma dificuldade o público relacionar o esporte com o alto rendimento, devido a uma relação muito forte com a perspectiva da reabilitação e inclusão. Apesar de toda insatisfação, Marques et al (2014) mostram que alguns atletas manisfestam uma percepção otimista. Segundo Marques et al (2013) a visibilidade do movimento paralímpico cresceu após 2004, principalmente da mídia televisiva.
            Percebe-se que está realmente ocorrendo um avanço na relação dos esportes paralímpicos com a mídia, no momento em que a maior emissora do Brasil exerceu uma grande cobertura nos jogos de 2008, porém ainda através do seu canal por assinatura específico para esportes (MARQUES et al, 2013). No estudo de Marques et al, (2014) os atletas relatam que estão descontentes com a frequência da divulgação, além da denúncia de que, quando ela ocorre é de modo superficial, com foco em grandes eventos, ou apenas nos resultados positivos. Esse fato relatado pelos atletas ficou claro nos últimos jogos Parapan-Americanos 2015, no qual apenas os destaques foram divulgados, sendo que o Brasil foi o campeão da competição.



Referências

MACHADO, R.B. Paralimpíadas e Mídia: o crescimento das políticas de inclusão. Caderno de Comunicação, v.16, n.2, p.375-388, dez 2012.
MARQUES, R.F.R; GUTIERREZ, G.L.; ALMEIDA, M.A.B. et al. Mídia e o movimento Paralímpico no Brasil: relações sob o ponto de vista de dirigentes do Comitê Paralímpico Brasileiro. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v.27, n.4, p.583-596, dez 2013.
MARQUES, R.F.R; GUTIERREZ, G.L.; ALMEIDA, M.A.B. et al. A abordagem midiática sobre o esporte paralímpico: o ponto de vista de atletas brasileiros. Revista Movimento, v.20, n.3, p.989-1015, set 2014.
PURDUE, D. E. J.; HOWE, P. D. See the sport, not the disability: exploing the Paralympic paradox. Qualitative research in sport, exercise and health, v.4, n.2, p.189-205, 2012.


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