A
relação entre os esportes Paralímpicos e a Mídia
O
primeiro registro de esportes que incluíram pessoas com deficiência aconteceu
em 1918, na Alemanha (MACHADO, 2012). Porém o autor afirma que a grande
expansão ocorreu somente depois da Segunda Guerra Mundial, por conta do grande
número de ex-combatentes que ficaram mutilados ou com lesões na coluna
vertebral. Alguns desses ex-combatentes realizaram os primeiros jogos, que
ocorreu em 1948, em Londres.
Apesar de os esportes paralímpicos terem ganho diversos
adeptos, e os jogos inúmeros competidores, alguns países, assim como o Brasil,
encontram-se com problemas para o surgimento de novos talentos paralímpicos,
tendo em vista que a divulgação desta forma de esporte ainda não é ideal, assim
como a oferta de práticas (MARQUES et al, 2013). Os autores afirmam que o
esporte paralímpico ainda não é usual no dia-a-dia o que dificulta atingir o
interesse de novos atletas e da mídia. Os próprios atletas já praticantes mostram-se
insatisfeitos com a divulgação midiática (MARQUES et al, 2014).
Alguns autores julgam o esporte paralímpico como sendo de
risco para a mídia, pois de acordo com Purdue e Howe (2012) seria uma
dificuldade o público relacionar o esporte com o alto rendimento, devido a uma
relação muito forte com a perspectiva da reabilitação e inclusão. Apesar de
toda insatisfação, Marques et al (2014) mostram que alguns atletas manisfestam
uma percepção otimista. Segundo Marques et al (2013) a visibilidade do
movimento paralímpico cresceu após 2004, principalmente da mídia televisiva.
Percebe-se que está realmente ocorrendo um avanço na
relação dos esportes paralímpicos com a mídia, no momento em que a maior
emissora do Brasil exerceu uma grande cobertura nos jogos de 2008, porém ainda através
do seu canal por assinatura específico para esportes (MARQUES et al, 2013). No
estudo de Marques et al, (2014) os atletas relatam que estão descontentes com a
frequência da divulgação, além da denúncia de que, quando ela ocorre é de modo
superficial, com foco em grandes eventos, ou apenas nos resultados positivos.
Esse fato relatado pelos atletas ficou claro nos últimos jogos
Parapan-Americanos 2015, no qual apenas os destaques foram divulgados, sendo
que o Brasil foi o campeão da competição.
Referências
MACHADO, R.B. Paralimpíadas e
Mídia: o crescimento das políticas de inclusão. Caderno de Comunicação, v.16, n.2, p.375-388, dez 2012.
MARQUES, R.F.R; GUTIERREZ,
G.L.; ALMEIDA, M.A.B. et al. Mídia e o movimento Paralímpico no Brasil:
relações sob o ponto de vista de dirigentes do Comitê Paralímpico Brasileiro. Revista Brasileira de Educação Física e
Esporte, v.27, n.4, p.583-596, dez 2013.
MARQUES, R.F.R; GUTIERREZ,
G.L.; ALMEIDA, M.A.B. et al. A abordagem midiática sobre o esporte paralímpico:
o ponto de vista de atletas brasileiros. Revista
Movimento, v.20, n.3, p.989-1015, set 2014.
PURDUE, D. E. J.; HOWE, P.
D. See the sport, not the disability: exploing the Paralympic paradox. Qualitative research in sport, exercise and
health, v.4, n.2, p.189-205, 2012.
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