sexta-feira, 11 de setembro de 2015

A importância da recepção no ataque do voleibol

A análise da performance desportiva no âmbito dos jogos coletivos, sustentada na interpretação de indicadores de rendimento, possibilita efetuar avaliações técnicas e táticas (HUGHES, 2004). Mesquita (2005) relata que os estudos mais recentes têm vindo a dar maior importância à dimensão tática no desempenho das equipes e dos jogadores. Fernandes e Moutinho (1996) afirmam que neste sentido, a análise da dinâmica funcional do jogo evidencia que os processos ofensivos assumem como determinantes no sucesso das equipes, não sendo o voleibol uma exceção.
Os processos ofensivos do voleibol iniciam-se na recepção, na qual a mesma possui a finalidade de se poder construir um ataque, apresentando características de carácter defensivo e de carácter ofensivo (DOTTAX, 1987). González et al (2002) afirmam que a recepção pode ser o primeiro procedimento na construção de uma jogada ofensiva. Concordando com os autores anteriores, Selinger (1986) trás a recepção como sendo o ponto de partida para o ataque. A recepção possui essa importância no ataque, pois segundo João (2004) uma recepção correta possibilita ao distribuidor (levantador) maior diversidade de opções para o passe, o que resulta numa maior vantagem para a construção do ataque.
No caso de uma recepção imperfeita, o distribuidor opta normalmente por soluções de menor risco (FRÕHNER, 1997). Para João (2004) a ocorrência de recepções fracas, produzem ataques de qualidade inferiores ao esperado. Em contrapartida, o autor afirma que quando a recepção é muito boa, a criação de oportunidades de elevada qualidade também é significativamente superior ao esperado. Ou seja, a obtenção de sucesso no ataque está dependendo da qualidade da recepção (ALBERDA, 1998).
Segundo Cavalheiro e Tavares (2003) a qualidade da recepção é decisiva para a qualidade do ataque.  João (2004) no seu estudo, afirma que uma recepção de excelente qualidade provoca efeito de ponto. Podemos concluir então, que a qualidade do primeiro toque (recepção) está ligada diretamente com o sucesso da finalização.



Referências

HUGHES, M. Performance analysis: a 2004 perspective. International Journal of Performance Analysis in Sport, Cardiff, v.4, p.103-9, 2004.

Alberda, J. (1998). Side Out - Regain the Serve to Score a Point!. The Coach, 3: 24- 30. Federation Internationale de Volleyball.

FERNANDES, S.; MOUTINHO, C. A importância relativa da eficiência dos procedimentos de jogo na prestação competitiva de uma equipa de voleibol de rendimento. In: MOUTINHO, C.; PINTO, D. (Ed.). Estudos CEJD1. Porto: FCDEFUP, 1996. p. 72-77.

Fröhner, B. (1997). Voleibol, Juegos para el entrenamiento. Argentina: Editorial Stadium. 
Garcia, D. (1998) Quelcom más que un defensor. 7 Voleibol nº 1, 17- 18.
MESQUITA, I. A contextualização do treino no Voleibol: a contribuição do construtivismo. In ARAÚJO, Duarte (Ed.). O Contexto da decisão: a acção táctica no desporto. Lisboa: Visão e Contextos, 2005. p. 355-378.

Dottax, D (1987) Volley-ball du smash au match. Editions Vigot, Paris

Gonzalez, C.; Urena, A.; Santos, J.A.; Llop, F. y Navarro, F. (2002). El Libero, análisis de las características de su juego en la competición de voleibol. Motricidad, 8, 141- 160.
Selinger, A. (1986). Power Volleyball._St. Martin's Press. New York
João, P. (2004). Efeitos da qualidade da recepção do serviço na efectividade do ataque. Estudo comparativo da prestação dos jogadores líbero e recebedores prioritários em equipas de elevado rendimento competitivo no voleibol. Tese apresentada às provas de Mestrado de Alto Rendimento no ramo de Ciência do Desporto. FCDEF-UP.

Cavalheiro, J. e Tavares, F. (2003). A influência da eficiência da manchete sobre a eficácia da recepção do serviço, no jogo de voleibol. In I. Mesquita; C. Moutinho e R. Faria (Eds). Investigação em Voleibol. Estudos Ibéricos: 262 – 279 FCDEF-UP.

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