A
importância da recepção no ataque do voleibol
A
análise da performance desportiva no âmbito dos jogos coletivos, sustentada na
interpretação de indicadores de rendimento, possibilita efetuar avaliações
técnicas e táticas (HUGHES, 2004). Mesquita (2005) relata que os estudos mais
recentes têm vindo a dar maior importância à dimensão tática no desempenho das
equipes e dos jogadores. Fernandes e Moutinho (1996) afirmam que neste sentido,
a análise da dinâmica funcional do jogo evidencia que os processos ofensivos
assumem como determinantes no sucesso das equipes, não sendo o voleibol uma
exceção.
Os
processos ofensivos do voleibol iniciam-se na recepção, na qual a mesma possui
a finalidade de se poder construir um ataque, apresentando características de
carácter defensivo e de carácter ofensivo (DOTTAX, 1987). González et al (2002)
afirmam que a recepção pode ser o primeiro procedimento na construção de uma
jogada ofensiva. Concordando com os autores anteriores, Selinger (1986) trás a
recepção como sendo o ponto de partida para o ataque. A recepção possui essa
importância no ataque, pois segundo João (2004) uma recepção correta possibilita
ao distribuidor (levantador) maior diversidade de opções para o passe, o que
resulta numa maior vantagem para a construção do ataque.
No
caso de uma recepção imperfeita, o distribuidor opta normalmente por soluções
de menor risco (FRÕHNER, 1997). Para João (2004) a ocorrência de recepções
fracas, produzem ataques de qualidade inferiores ao esperado. Em contrapartida,
o autor afirma que quando a recepção é muito boa, a criação de oportunidades de
elevada qualidade também é significativamente superior ao esperado. Ou seja, a obtenção de sucesso no ataque está dependendo da qualidade da recepção
(ALBERDA, 1998).
Segundo Cavalheiro e Tavares
(2003) a qualidade da recepção é decisiva para a qualidade do ataque. João (2004) no seu estudo, afirma que uma
recepção de excelente qualidade provoca efeito de ponto. Podemos concluir
então, que a qualidade do primeiro toque (recepção) está ligada diretamente com
o sucesso da finalização.
Referências
HUGHES, M. Performance
analysis: a 2004 perspective. International
Journal of Performance Analysis in Sport, Cardiff, v.4, p.103-9, 2004.
Alberda, J. (1998). Side Out
- Regain the Serve to Score a Point!. The
Coach, 3: 24- 30. Federation Internationale de Volleyball.
FERNANDES, S.; MOUTINHO, C.
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competitiva de uma equipa de voleibol de rendimento. In: MOUTINHO, C.; PINTO,
D. (Ed.). Estudos CEJD1. Porto: FCDEFUP, 1996. p. 72-77.
Fröhner, B. (1997).
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Garcia,
D. (1998) Quelcom más que un defensor. 7 Voleibol nº 1, 17- 18.
MESQUITA, I. A contextualização
do treino no Voleibol: a contribuição do construtivismo. In ARAÚJO, Duarte
(Ed.). O Contexto da decisão: a acção
táctica no desporto. Lisboa: Visão e Contextos, 2005. p. 355-378.
Dottax, D (1987) Volley-ball du smash au match. Editions
Vigot, Paris
Gonzalez, C.; Urena, A.;
Santos, J.A.; Llop, F. y Navarro, F. (2002). El Libero, análisis de las
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Selinger,
A. (1986). Power Volleyball._St.
Martin's Press. New York
João,
P. (2004). Efeitos da qualidade da
recepção do serviço na efectividade do ataque. Estudo comparativo da prestação
dos jogadores líbero e recebedores prioritários em equipas de elevado
rendimento competitivo no voleibol. Tese apresentada às provas de Mestrado de
Alto Rendimento no ramo de Ciência do Desporto. FCDEF-UP.
Cavalheiro,
J. e Tavares, F. (2003). A influência da eficiência da manchete sobre a
eficácia da recepção do serviço, no jogo de voleibol. In I. Mesquita; C.
Moutinho e R. Faria (Eds). Investigação
em Voleibol. Estudos Ibéricos: 262 – 279 FCDEF-UP.
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