quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O início da Capoeira - uma breve introdução da história

O início da Capoeira - uma breve introdução da história  
            
A capoeira iniciá-se com contradições, não possuindo uma exatidão. Sabino e Benites (2010) em seu estudo, afirmam que existem duas hipóteses, a primeira é que a capoeira  surge na África, e é trazida para o Brasil pelos africanos, a segunda hipótese é de que os escravos criaram a capoeira em solo brasileiro. Os autores ainda afirmam que a única certeza é de que ela surgiu durante a colonização brasileira, como uma maneira do escravo possuir uma arma para lutar pela sua liberdade e sobrevivência.
            Essa contradição existe pelo fato de não existir registros referente ao início da capoeira. Tais registros foram queimados pelo Ministro Ruy Barbosa, no governo de Deodoro da Fonseca. Este fato lamentável aconteceu por conta de o então presidente da república julgar a escravidão como sendo uma mancha na história do nosso pais. (PIRES, 2004; GONÇALVES JÚNIOR, 2009).
            Dois anos após a abolição da escravatura a capoeira é inclusa no Código Penal Brasileiro, Decreto nº 847 de 11 de outubro de 1890 (ALMEIDA, 1994; SILVA, 1995), passando a ser praticada principalmente por ex-escravos de forma clandestina (PIRES, 2004). Essa situação só é alterada na década de 30, onde o então Presidente Getúlio Vargas apresentava uma política populista, se mostrando favorável as manifestações populares, liberando então a prática da capoeira (PALHARES, 2007). A partir desse momento a capoeira é retirada do Código Penal podendo ser praticada em recintos fechados e com alvará de funcionamento expedido pela polícia (CAPOEIRA, 1996; VIEIRA, 1995).
            Apesar de possuir um início conturbado, e uma história de luta, a capoeira sobrevive, vencendo todas essas batalhas citadas no texto e diversas outras. Hoje podemos encontra-la sendo praticada em todo o mundo, por todas  as idades, todos os gêneros e cores.



REFERÊNCIAS

ALMEIDA, R.C.A. A saga do Mestre Bimba. Salvador: P&A, 1994.

CAPOEIRA, N. Capoeira: os fundamentos da malícia. 2. ed. Rio de Janeiro: Record,
1996.

GONÇALVES JÚNIOR, L. Dialogando sobre a capoeira: possibilidades de intervenção a partir da motricidade humana. Motriz, Rio Claro, v. 15, n. 3, p. 700-707, jul./set. 2009.

PALHARES, L.R. Educação e cultura popular: inclusão social pela capoeira. Licere, Belo Horizonte, v.10, n.3, p.1-15, dez 2007.

PIRES, A. L. C. S. A capoeira na Bahia de Todos os Santos: um estudo sobre a cultura e classes trabalhadoras (1890- 1937). Tocantins: NEAB; Grafset, 2004.

SABINO, T.F.P.; BENITES, L.C. A capoeira como uma atividade extracurricular numa escola particular: um relato de experiência. Motrivivência, v.22, n.35, p.234-246, dez 2010.

SILVA, G.O. Capoeira: do engenho à universidade. São Paulo: CEPEUSP, 1995.VIEIRA, L.R. O jogo da capoeira: cultura popular no Brasil. Rio de Janeiro: Sprint,
1995.

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